A ameaça de perder mando de campo de 10 jogos volta a rondar a
Vila Belmiro. O Santos foi absolvido na primeira instância, audiência ocorrida
em 3 de outubro deste ano, em que foi julgado pela denuncia, com base em prova
de vídeo, no artigo 213, inciso III do Código Brasileiro de Justiça Desportiva,
por deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir o lançamento de
objetos no campo, pelo ocorrido ao jogador Paulo Henrique Ganso, onde alguns
torcedores atiraram moedas no atleta na derrota santista para o Bahia. Os
auditores do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) aceitaram a
defesa santista, absolvendo o time por unanimidade em primeira instância, mas a
procuradoria recorreu da decisão e o novo julgamento acontece na próxima
quinta-feira (22).
O mesmo rigor com
que "caçam" o Santos, não ocorre com outros times brasileiros. Só
para exemplificar, cito o caso com a torcida palmeirense que após destruir
parte do Pacaembu, ainda entrou em confronto com a polícia no jogo posterior,
agredindo covardemente uma policial militar que tentava conter a entrada dos
torcedores que queriam invadir o campo e agredir os jogadores. O Palmeiras
havia perdido o mando de campo, mas sua torcida ainda pode fazer mais arruaças
e violências em outro estádio.
Claro que assim
como o Santos, o Palmeiras não tem culpa pelo péssimo comportamento da torcida,
mas nos casos que envolvem jogadores e torcidas santistas, o rigor e a vontade
de punir o time do Santos é maior do que em qualquer outra agremiação.
Sem contar, que se
o Santos for punido, vai enfrentar o Palmeiras em campo a ser determinado pela
justiça desportiva, que em geral, tem que mandar a partida em algum estádio com
mais de 100 quilômetros do estádio do mandatário, no caso a Vila Belmiro, o que
pode dar certa vantagem para a equipe palmeirense que parece que ostenta uma dó
nacional para não ser rebaixada.
Este tipo de
atitude volta a por em cheque a real intenção de certos auditores do STJD, que
em fase final da competição nacional, aparecem mais do que as estrelas em
campo.
No caso da torcida
santista, é condenável a ação dos torcedores que atiraram moedas em campo, uma
vez que municiaram ainda mais Ganso em justificar por que não queria mais jogar
no Santos e por ser um ato de agressão, mas também, a Vila Belmiro é o local
que menos acontecem episódios desse tipo. Mesmo assim, quando acontece algo, o
time é punido exemplarmente, coisa que não ocorre com os demais com tanta
frequência.
Não duvido nada se
deixarem de rebaixar o Palmeiras este ano, já aconteceu com o Fluminense duas
vezes seguido. Devido ao chororô que está na mídia por parte de comentaristas
que não querem o time alviverde na segundona, pode ser que aconteçam milagres
estranhos nesta reta final da competição e por uma simples canetada ou ordem
direta, o Palmeiras permaneça na primeira divisão.
O jogo do Santos
contra os palmeirenses, pode sim acontecer longe da Vila Belmiro caso o time
santista perca os 10 mandos de campo e por mais que Neymar e Cia se esforcem em
campo, o resultado pode ser construído pela omissão do árbitro em punir a
violência palmeirense (como aconteceu em uma partida em que o lateral Cicinho
fez 10 falas dignas de amarelo em Neymar e não sofreu nenhuma punição da
arbitragem) ou então fabricar um resultadinho que dará mais uns pontinhos para
os alviverdes. Nada disto é impossível, estamos no Brasil, o país da corrupção,
da baderna, da bandidagem e da injustiça.
Que se faça a
justiça se o Santos for culpado, mas que seja assim com todas as agremiações.
Sabemos que é muito difícil, pois times como os cariocas, por exemplo, que
neste brasileiro tiveram uma mão poderosa como reforço, tiveram jogos cancelados que acabaram beneficiando-os posteriormente e por mais que tenha acontecido algo em seus estádios, não levam nenhum punição por isto.